Comecei hoje o dia a ler, no PÚBLICO, a notícia da morte de Joaquim Castro Caldas. Fiquei triste. Vieram-me à memória as inesquecíveis noites de segunda-feira, durante anos a fio, na cave granítica do Pinguim. Confesso que sempre preferi a prosa à poesia, mas aquelas noites com o Joaquim eram, simplesmente, mágicas. O Joaquim era louco, insatisfeito, por vezes agressivo. Mas, tinha a alma que faz dos homens geniais. E ele era genial.
Pelo que dele conheci, acho que o Joaquim há-de estar, neste momento, a repetir as palavras de Mário de Sá-Carneiro:
Quando eu morrer batam em latas,
Rompam aos saltos e aos pinotes,
Façam estalar no ar chicotes,
Chamem palhaços e acrobatas!
Que o meu caixão vá sobre um burro
Ajaezado à andaluza…
A um morto nada se recusa,
Eu quero por força ir de burro.
Um abraço, Joaquim!